segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Dos últimos... não recordar

    Agora já é tarde... Quase outro dia, venta um pouco, parece que vai chover, talvez amanhã faça um dia bonito.

    Amanhã... Perguntas sem respostas , o que você não quer eu não vou insistir, a verdade existe para aqueles que a querem ver, no escuro os olhos não podem ver por isso agora até os dias perdem o sentido o tempo perde seu espaço e os sonhos agora cabem dentro de um adeus. 

    A ordem cronológica, que não faz logica alguma no universo de tanto querer, sem ter, sem ser, sem me deixar ver, não farei analogias as tuas tão inesperadas coragens, que por vezes te fez ser o pior ser humano do mundo, mas talvez tenha sido sua expressão sempre imóvel em nunca reagir aos meus desconsolos, suas costas indo embora sem jamais olhar para trás, para saber se permaneci inteira, intacta, seus olhos metralhadores de intolerância.... E dos últimos tempos não ousarei me recordar, você se arriscou demais, foi longe demais...

    As vezes parecia que era minha atua solidão, o que você não pode eu nunca lhe pedi, por isso agora as certezas mudam um pouco de lugar. 

    Confesso que jamais me dediquei tanto, de alma e coragem enfrentando MEUS MEDOS, MINHAS INCERTEZAS, e tive muita certeza de viver bem ao teu lado, nos moldes de ilusões, calei-me para não estragar nenhuma situação, quis ser sua companheira, te levantar quando caia e ter seu braço sem posto... O fogo queima tudo em muito pouco tempo, em minutos o fogo apaga tudo e toda vez que falta chão a gente desaba e toda vez que falta amor a gente morre por dentro... O fogo um dia vira luz, arde por muito tempo até que vire luz, a nossa apago-se sem nenhum de calor, sem colo queimei qualquer evidencia de afeto. 

As vezes parecia tanta calmaria e agora os minutos que esquecemos de cotar.


sábado, 2 de novembro de 2013

Sobre os encontros

Faziam dias iguais a não ser pela inconstância da chuva que sempre me surpreendia e acabava por me deixar ensopada de dores impermeáveis , não sabia lhe dar com tantas mudanças climáticas, sistemáticas, psicossomáticas... A lua estava longe, quantas noites cinzas embaraçadas, tragadas pelo vicio frenético de alcançar o impossível.

No primeiro passo existia um trauma. Era difícil sair caminhando como se não tivesse existido alguma coisa ali mais forte que sustentasse, além dos pés, e agora simplesmente insustentáveis. Era difícil ficar em pé novamente. Respirar ficava difícil e apertado. Olhar o mundo causava medo. A vontade que sentia era de andar pelas ruas sem a atenção necessária, como se a alma não estivesse no mesmo local em que o corpo estava. Geralmente era isso, um corpo sem alma por onde andava.
Eu sei, é impossível parar as ondas. E é muito mais triste tentar evitar a vida, para gastar seu tempo cultivando alguma dor. Tudo parecia estar perdido, principalmente eu e o amor.

Um acaso gentil uma curva do universo, era aquilo que fugia de toda a lógica, a pausa do relógio e então a liberdade para o desejo, chegou, absorveu a paz da solidão e me devolveu a minha. Veio para me simplificar, jogou tinta naquela tele cinza e Arida, com aquarela fez um arco Iris de sorrisos fáceis e noite bem dormidas, colorido as manhãs as maçãs da minhas bochechas. Um colo confortável cheio de mimos. Eu o impressionava a cada vez que falava sobre conceitos mistificados sobre a vida o céu e os zodíacos, lançava sempre um olhar fixo e eu era o ponto para o qual aqueles olhos se dedicavam. Você me encontrou num daqueles encontros em que a gente se esquece de onde veio, como se não houvesse nunca mais casa para se voltar.

Hoje caminho cantarolando com minhas próprias pernas, aquelas que vc enfrentou um guerra para trazer de volta, como gratidão guardo nuvens numa caixa para amansar tuas dores. Embrulho-te no vento quando você precisar. Faço versos em dias difíceis, faço canções para abençoar futuros, faço silêncio repetidas vezes… Monto agendas particulares. Nela, coloco tuas cores favoritas, tuas vontades infinitas e decoro com possibilidades de ser feliz. Encolho-me, me embrulho, me dobro para caber em teu peito. Encontro saídas estratégicas para as dúvidas e deixo a distância dormir lá fora. Reinvento-me, me estruturo, me transformo. Meu reino e meu sonho inteiro, meus sentidos e minha eternidade – só para você ficar.



terça-feira, 30 de abril de 2013


Os seus olhos não brilharam quando disse que aquela seria ultima vez que meus sábios se despediam dos dele. Até me senti feliz, por ser o ponto para onde aquele olhar se dirigia o único ponto, por um único instantes.
Ele lançou um daqueles seus olhares fulminantes e as palavras se evaporaram na minha boca, só o cheiro acre de decepção transpirava pelas paredes e reinava o ócio, punhos de aço se fecharam apertando a minha garganta ao simples som da palavra dele, da intolerância latente em seus tons. Baixei o vidro da janela, fiquei esperando que aquelas mãos afrouxassem a pressão que fazia envolta do meu pescoço e envolvia meu folego, não se pode ter vida sem ar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

22 anos



Daqui despeço-me das angústias. Que todas elas se desmanchem, ainda que lentamente, e se descolem da minha retina.

Que meus gestos a partir de agora, sejam breves e felizes, e que todos os espaços sejam preenchidos de tudo de maravilhoso que vivi e me trouxe de pé até este ponto. Inevitavelmente, foram tantos estragos e dentro do peito ficaram espalhadas desilusões e incontáveis fracassos.


Mas daqui, agora, levanto uma das mãos com o olhar mais sereno que posso e me despeço das mentiras que não pude notar. Enquanto acreditei em cada uma delas, me desfazia do meu melhor tirando as cores da face como quem destrói uma flor, pétala por pétala. Até ao fim do dia, me deparar com tudo que me tirava o alívio da alma e entender, que o que nos mantém no chão frio de um sonho compartilhado e não correspondido, nada mais é do que o medo de uma rejeição. Que pode partir de nós, do outro ou até mesmo do próprio sonho.
Ainda que pareçam infinitas as dúvidas que nos atiram ao acaso, elas terminam. Como um pôr-do-sol que leva embora todo o calor insuportável do dia trazendo uma noite fresca, mas sim, elas recomeçam diariamente, porém são dúvidas novas que nos permite ser capaz de conduzilas.
Foi preciso ficar cansada, chegar ao limite da exaustão do sentimento, gastar a energia dos passos, dos abraços e das orações para que enfim me deixasse invadir por um desapego que pudesse me trazer a tona. Assim, neste instante às margens de mim mesma, me despeço da euforia antes enganada e dou boas vindas ao que vier de flores novas.


Despedi-me e distanciei-me de tudo no mundo. Muda, me encolhi. Desnuda, me acolhi.
Num chão frio de um banheiro imundo, chorei insatisfações.
Esvaziei-me até que vida me devolvesse o ar. Te abandonei, adeus. Abandonei-me, à Deus.
Agora não estou na Terra, agora estou na vida.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012


Queria falar sobre você em um poema que fosse lindo e farto, a ponto de encher teus olhos d’água e te cobrir de certezas. Mas eu não faço poemas, não tenho esse dom. De alguma forma queria que qualquer palavra minha te alcançasse, e fizesse diferença em teu espírito, acariciasse teus cabelos macios e o teu olhar manso. Queria que minha palavra deitasse em seu peito misturada ao seu perfume caro, ao seu ardor secreto, a sua falta de pudor e excesso de medo. Uma palavra que te escorresse pela boca, te beijasse em esquizofrenia. Você é o cara mais medroso que conheço. Do tipo que não sabe ser amável se não estiver em silêncio. De uma forma que eu não consigo receber teu lado adorável se não estiver muda. As palavras te assustam, as tuas, as minhas e as do resto do mundo.
Mas pelo menos hoje eu queria que alguma palavra minha chegasse até você. Intrigante, indiscreta, fora do comum. Num contexto que você não desaparecesse na segunda estrofe. Num verso que te fizesse para sempre sereno, que te fizesse para sempre eterno. Queria que uma frase minha te cobrisse e virasse abrigo para os teus exageros. Que desfizesse suas malas. Que virasse casa para você voltar. Que fosse a melhor viagem do seu pensamento. Alguma coisa que conseguisse prender tua atenção além de um minuto, onde seu coração desejasse morar, onde o teu prazer desejasse existir. Mas as minhas palavras são fajutas e simplórias. Nada que eu disser será rima, nada será profundamente encantador. Minha impaciência não faz verso, minha saudade não vira prosa. Minhas desistências me fazem parar diante da vírgula e eu continuo te perdendo de vista.
Queria que uma palavra minha te chamasse a atenção, te trouxesse pra perto. Que fosse como um beijo sem pressa. Queria escrever qualquer coisa pra não te assustar, não te fazer retroceder. No mais, queria um texto que levasse teu nome, que bagunçasse teus brios. Queria escrever-te inteiro por dentro, pra te ouvir  (e sentir) me ler outra vez.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012